Russia Today, 23.6.2011
tradução de Edu MontesantiRT falou com Malalai Joya, ex-parlamentar afegã e ativista pelos direitos humanos, que tem criticado duramente o regime vigente e as força de ocupação por “ter lançado os afegãos da frigideira ao fogo”.

Russia Today Entrevista Malalaï Joya em Cabul

Ela diz que seu país sofre de três males atualmente: a corrupção avassaladora do regime, a violência indiscriminada das forças de ocupação, e os senhores da guerra regionais, cujas ações diferem um pouco das do Taliban.

“Esses senhores da guerra fundamentalistas possuem a mesma mentalidade do Taliban. Eles estavam no poder antes da dominação do Taliban em Cabul, e apenas os senhores da guerra mataram mais de 65 mil pessoas inocentes. Destruíram nossa unidade nacional… Cometeram muitos crimes contra o nosso povo, assim como o Taliban. E com as mãos sujas de sangue, porém sob a máscara da democracia, assumiram o poder após o 11 de Setembro impostos ao nosso povo”, disse ela.

Joya diz que as tropas dos EUA podem realizar alguma mudança positiva em todas as partes onde assumam controle, mas nas províncias a situação é muito ruim. O grande fracasso da estratégia da ocupação é não ajudar os afegãos comuns, mas os alienar ao contrário.

“Acho que os norteamericanos em todo o mundo concordam com o meu povo, que a democracia nunca pode ser alcançada através da ocupação. A democracia nunca pode ser alcançada pela invasão militar. A democracia nunca pode ser alcançada através de bombas de fragmentação, de fósforo branco, através de massacre, bombardeando as festas de casamento”, disse ela.

Os pontos-chave para mudar o Afeganistão são a educação ao povo e a justiça efetiva, diz a ativista.

“A educação é a resistência-chave para o povo afegão, contra a ocupação e contra a ignorância. E democracia sem justiça não tem sentido”, Joya acredita.

Joya afirma que a ocupação da OTAN apenas trouxe mais sofrimento ao povo do Afeganistão. Ela diz que seu país está sofrendo de três males atualmente: a corrupção avassaladora do regime, a violência indiscriminada das forças de ocupação e os senhores da guerra regionais, cujas ações diferem um pouco das do Taliban.