Parlamento Europeu, Perguntas Parlamentares, 23.5.2008

Malalaï Joya lidera luta pela igualdade entre homens e mulheres no Afeganistão, apesar das ameaças de morte que sofre, e de quatro tentativas de homicídio

Malalaï Joya, 29 anos de idade, lidera a luta pela igualdade entre homens e mulheres no Afeganistão, apesar das ameaças de morte que sobre ela pesam e de quatro tentativas de homicídio. Aquela que é designada a mulher mais corajosa do Afeganistão vive escondida, acompanhada de guardas armados. Nas eleições de 2005, Malalaï Joya obteve o segundo maior número de votos na sua província, tendo sido eleita para a Câmara baixa do Parlamento afegão.

Malalaï Joya tem denunciado com veemência o fato de a opressão das mulheres ter prosseguido após as eleições democráticas. Defende que os senhores da guerra, os fundamentalistas e os traficantes de droga não devem ter gozar de qualquer influência política num Afeganistão democrático, mas que, pelo contrário, devem ser processados pelos seus crimes e violações dos direitos humanos.

Joya foi suspensa do Parlamento em Maio de 2007 com base num artigo que proíbe os deputados de se criticar mutuamente. Ao mesmo tempo, a Human Rights Watch chamou a atenção para o facto de já antes os deputados terem proferido críticas recíprocas sem quaisquer consequências. «Hão-de matar-me, mas não me calarão, pois falo em nome de todas as mulheres afegãs. Podem cortar uma flor, mas não podem impedir a Primavera», afirmou Joya numa entrevista à BBC.

Que medidas recomendou o Conselho ao representante da UE no Afeganistão para, nas discussões com o Governo afegão, exigir que seja dada a possibilidade a Malalaï Joya de concluir o seu mandato como deputada eleita pelo povo? Que acções realiza a UE para reforçar os direitos das mulheres no Afeganistão?